Barracas, bandeiras, mensagens, muita disposição e até protestos. Esse é o cenário nas proximidades do Palácio de Buckingham e da Abadia de Westiminster, os locais favoritos dos milhares de turistas que estão lotando a capital britânica para acompanhar o casamento do príncipe William e Kate Middleton. A cerimônia já está sendo chamada de o “casamento do século”.
Vale tudo para conseguir um lugar mais próximo e, quem sabe, tirar uma foto do casal durante o cortejo programado para amanhã às 11h (6h, horário de Manaus). Gente dos mais diferentes cantos do planeta já estão acampados à espera do início do casamento.
É o caso de Tina Anderson, empresária norte-americana que chegou hoje a Londres. Ela mora em Dallas, no Texas, e enfrentou um voo de nove horas até chegar à capital britânica. Ela conseguiu convencer o marido e a filha a lhe acompanhar na viagem. A família Anderson montou acampamento a pouco mais de 300 metros do Palácio de Buckingham. Para enfrentar o cansaço, sacos de dormir, cadeiras de plástico e muito bom humor. “Meu marido ficou encarregado de comprar os sanduíches. Espero que ele não esteja comprando nada na hora que o casal passar por aqui”, brinca Tina.
Mais ousada ainda foi a escritora australiana Deborah Lee. Ele partiu de Sidney num voo de 24 horas até Londres. Deborah diz que comprou suas passagens no mesmo dia em que William e Kate anunciaram a data do casamento. Seu fascínio pelo casal real tem explicação. “Eu conheci Kate há dois anos. Conversamos durante 20 minutos. Dá para ver que eles estão apaixonados e que ela vai ter o mesmo brilho da princesa Diana”, diz Deborah.
A australiana veio precavida e sua barraca rosa em forma de torre de palácio medieval é uma das mais “cortejadas” pelos turistas que circulam pelo Green Park. Dentro de seu “palácio” particular, Deborah guarda um travesseiro, um cobertor, água mineral e algumas frutas. “É tudo de que preciso”, garante.
Quem também não vai perder o casamento real é a família Leite. Léia, pecuarista que mora no interior de Mato Grosso, planejou cuidadosamente um tour pela Europa com a irmã, a filha e uma sobrinha. Tudo para participar do que ela considera um momento histórico. “Eu fiz um giro pela Europa, mas programei estar em Londres justamente na semana do casamento. Não é todo dia que a gente vê uma coisa dessas. Isso vai fazer história”, afirma Léia.
A Polícia Metropolitana de Londres ainda não divulgou as estimativas a respeito da quantidade de pessoas que irão acompanhar o casamento real nas ruas da cidade, mas já se fala em números na casa dos milhões. As linhas de metrô e ônibus estão em estado de alerta e ruas próximas à Abadia de Westminster e ao Palácio de Buckingham serão fechadas durante quase toda essa sexta-feira.
Serão montados telões em locais como o Green Park e o St. James Park para quem quiser acompanhar o casamento à distância.
Se do lado de fora do palácio e da abadia o clima é de festa, do lado de dentro o clima é de tensão horas antes do grande acontecimento. O últimos arranjos de flores e detalhes da decoração da Abadia de Westminster já estão a postos. No palácio onde a Rainha Elizabeth II vai oferecer uma recepção ao casal, tudo já está quase pronto.
Manifestações
Mas nem tudo são “flores” na véspera do “casamento do século”. Para evitar maiores transtornos, 60 manifestantes conhecidos da Polícia Metropolitana foram “afastados” de Londres durante este final de semana.
Na tarde de hoje, manifestantes contrários ao uso de tropas militares da Arábia Saudita para conter distúrbios no Bahrein fizeram um pequeno protesto em frente ao Palácio de Buckingham.
Outra polêmica em torno do casamento ficou a cargo de alguns convidados. Manifestantes protestaram ontem e hoje contra a presença do embaixador da Síria em Londres na cerimônia na Abadia de Westminster. O governo sírio tem sido criticado ultimamente por ter usado a força para conter protestos no país.